No livro primeiro platão tece alguns argumentos sober a justiça. Alguns eu acredito que não compreendi, mas algumas coisas certamente concordo. Iniciarei por onde eu não entendi, que é o que eu tenho mais anseio por discutir.
Trasímaco acha que uma pessoa justa é inocente e igenua. Ela não deseja superar outras pessoas, por não ser justo. Já o injusto está sempre disposto a superar tudo e todos que estiverem em sua frente. O injusto é bom e inteligente, enquanto justiça é ruim e estupida.
Ele não parece estar muito fora da realidade, mas de repente ele começa a concordar com socrates. Talvez ele simplesmente encheu o saco da discussão. Acho que ele demonstra que já cansou bem nesta parte da discussão:
S: Achas que um músico ao afinar sua lira e ao tensionar e afrouxar as cordas deseja superar um outro músico, afirmando que isso lhe cabe?Não achas? Por que? Esta parece ser a base para a crítica de Socrates de que ser injusto é inteligente. Trasímaco parece simplesmente desistir de seu próprio argumento.
Trasímaco, Socrates e todo mundo do texto são meros personagens. É Platão tentando nos explicar o seu conceito de justiça. Ele só fez Trasímaco concordar aí por achar que o conceito já foi bem explicado.
O conceito é de que um médico, enquanto médico, não deseja superar um outro médico; um músico, enquanto músico, não deseja superar um outro músico. Assim, aqueles que são inteligentes não desejam superar os outros. Inteligentes, para platão são os mestres em suas artes.
Platão diz que os mestres são os inteligentes e eles não querem superar o outro. Assim, eles são justos e não injustos. Dessa forma, a justiça é que é a inteligencia e a injustiça a estupidez.
Em discussão anterior, Platão diz que a arte quer o bem do objeto e não o benefício do artista. Dessa forma, não teria sentido o médico ou o músico, enquanto senhores de suas artes, desejarem superar outros médicos e músicos, respectivamente. Isso seria em beneficio próprio, não em benefício do objeto de estudo. Daí acho que vem essa conclusão que Trasímaco foi obrigado a concordar.
O que me parece é que um médico ou um músico, nesse caso, não podem ser injustos, porque são coisas muito técnicas. Mas eles podem ser injustos enquanto não estão sendo médicos, propriamente. Agora devo recordar o argumento de Platão quanto a isso. Amanhã ou outro dia eu continuo de onde parei aqui.